Intervenção da CDU na UF de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória sobre a situação da Zona da Cordoaria

Intervenção do eleito da CDU, João Gonçalves

A 28 de Outubro, dando nota da situação de incómodo e insegurança que então afectava os moradores da zona da Cordoaria e outras da zona central da cidade, a CDU fez chegar ao Presidente um pedido de informação sobre as medidas a tomar, ou já tomadas, para sensibilizar a Câmara Municipal e as forças de segurança para uma adequada fiscalização e pacificação da zona.

Ao Presidente da Junta desta União não se admite a desresponsabilização da intervenção que as populações exigem. Estas não se satisfazem nem se demovem com o passar de responsabilidades entre entidades que em nada resultam e que bem conhecem. Informar que está em contacto com o Presidente da Câmara do Porto e que têm existido reuniões com a PSP e com a Polícia Municipal como nos foi respondido, não esconde a ausência das medidas e ausência de pressão sobre a Câmara que os moradores reclamam.

Ainda que se reconheça o reforço da intervenção das autoridades policiais, os moradores sabem que é insuficiente e sabem-no da pior forma.

Sabemos que o incumprimento de normas e a falta de fiscalização dos estabelecimentos da zona têm consequências gravíssimas na vida das pessoas, algumas delas aqui presentes e das quais poderemos ouvir os relatos que os eleitos da CDU já conhecem (ruído, violência, lixo e insalubridade, falta de casas de banho, de iluminação). Por outro lado, é também isto uma expressão gritante do abandono a que esta cidade entregue às lógicas do mercado sujeita os seus moradores e as suas necessidades, os comerciantes, de um problema geral de habitação que afasta os que aqui vivem ou viveram, que dificulta o acesso aos seus trabalhos, ao ensino, à saúde, à cultura e ao desporto, e que transformou a zona no parque de diversões noturnas da cidade que cada vez mais dificulta a vida da maioria das pessoas.

Ainda assim, aqui saudamos a luta incansável dos moradores, os que aqui resistem e continuam a viver mesmo sobre este assédio constante ao seu direito ao descanso e à qualidade de vida, que há anos se batem por medidas para ver resolvida a situação e que levou a conquistas como as limitações de horários dos estabelecimentos da zona da movida. Aqui mantemos o compromisso de lhes continuar a dar voz, e de aqui voltar a questionar o Executivo da Junta sobre as medidas que vai tomar, ou já tomou, para dar resposta a esta situação, pois até agora apenas nos foi respondido que havia “contactos” com a Câmara e com as Polícias.

Uma vez mais apelamos a que a Junta receba os moradores em audiência e analise com eles a situação e soluções.

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