Novamente reprovado o Plano e Orçamento para 2021 da UF de Cedofeita, S. Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória.

Em 26 de fevereiro passado, a Assembleia da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória (Porto), voltou a rejeitar a proposta de Plano de Actividades e Orçamento para 2021 apresentada pelo executivo da Junta.

Fê-lo categoricamente, por uma maioria superior a 2/3 dos seus membros, CDU incluída, fundamentalmente pelo facto de a mesma repetir a versão já reprovada no final do ano passado, ou seja, defender a venda de património edificado da autarquia para custear despesas correntes de funcionamento e alegados investimentos mal ou nada explicados. A que se soma a intenção de manter como objectivos da actividade da Junta de Freguesia para 2021, rubricas que a Assembleia já tinha rejeitado em 2020, também de forma clara.

Se a dupla reprovação dum Plano de Actividades e do seu orçamento, por si só, constitui uma situação anómala, pouco abonatória para a credibilidade de uma Junta de Freguesia, neste caso é ainda mais grave por idênticos “chumbos” que a precederam, de que são exemplos o das Contas de Gerência de 2019, o de projectos seleccionados no âmbito do Orçamento Colaborativo municipal de 2020 e o da modificação orçamental também do mesmo ano. Ou seja, as tão apregoadas contas à moda do Porto, que o movimento Rui Moreira tanto gosta de enfatizar como espelho da sua gestão no Porto, não se aplicam decididamente à União de Freguesias do centro da cidade que, pasme-se, é gerida precisamente pelo mesmo movimento, localmente encabeçado por António Fonseca ao longo dos últimos sete anos e meio.

Só que o ocorrido, fruto da falta de humildade democrática do presidente da Junta – perante a primeira reprovação do Orçamento 2021 e a sua reapresentação à Assembleia, fez ouvidos moucos aos reparos das restantes forças partidárias – não é um caso singular prejudicial a quem vive ou trabalha no centro do Porto: caso único na cidade, o executivo António Fonseca / Rui Moreira prescindiu agora, de forma prepotente e vingativa, de candidatar a União de Freguesias ao financiamento de mais 150 mil euros inscritos em Orçamento Colaborativo municipal para 2021!

Muito mal vai a gestão da Junta da União de Freguesias do centro do Porto.

Por último e talvez temeroso de vir a perder (merecidamente e uma vez mais!) a confiança política do movimento Rui Moreira nas próximas eleições locais, António Fonseca avança com iniciativas de promoção pessoal e, quem sabe, de procura de apoios a uma hipotética candidatura autónoma.

É neste quadro que a CDU insere a realização de alegados “almoços de trabalho a dois” do presidente da Junta com individualidades da cidade, com cobertura mediática. Só que os mesmos são pagos com o dinheiro da Junta, têm lugar dentro de instalações da mesma e recorrem ao apoio logístico de funcionárias da autarquia! Assim se usam dinheiros públicos em proveitos pessoais. E por isso, no entender da CDU, os responsáveis directos por tal gestão devem ser penalizados num futuro próximo, não esquecendo que quem recandidatou António Fonseca ao cargo de presidente da Junta e, agora, continua a assobiar para o lado de uma forma incompreensível, tem um nome: Rui Moreira, actual presidente da Câmara Municipal do Porto.

Porto, 04 de Março de 2021

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