CDU em Miragaia denuncia falhanço da política de requalificação urbana no Centro Histórico Porto

O vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, denunciou este domingo “o falhanço da política de requalificação” da Sociedade de Reabilitação Urbana – Porto Vivo, nomeadamente na freguesia da Miragaia.

“A quantidade de prédios devolutos e edifícios em mau estado de conservação são inúmeros, o que mostra não só o falhanço da Sociedade de Reabilitação Urbana, mas também o que aconteceu com o fim da Fundação para o Desenvolvimento do Centro Histórico, que obviamente ao encerrar, muitos edifícios acabaram por ficar devolutos”, disse.

Pedro Carvalho, que visitou Miragaia para apontar exemplos do agravamento da degradação do centro histórico do Porto, acrescentou que “esta freguesia está a perder população, alojamento e edifícios e está a definhar socialmente”. A perda de população, estimada em cerca de 26% na última década, a perda de alojamentos e o crescente número de prédios abandonados nesta freguesia são um exemplo da ausência de resultados da reabilitação urbana no centro histórico. Pedro Carvalho comparou esta situação com a de outros centros históricos em que estes conjunto edificados estão ocupados e aproveitados para fins residenciais e turísticos. Aqui, apesar das suas potencialidades, Miragaia continu a degradar-se.

Apesar de todas as dificuldades, ainda é a população residente mais idosa que vai mantendo Miragaia como um lugar vivo.

O vereador da CDU apontou ainda como “exemplo deste falhanço” a situação da Associação Recreativa de S. Pedro de Miragaia que “ocupa instalações provisórias desde 1998”.

“Em Fevereiro fizemos aprovar uma resolução na Câmara no sentido de resolver as instalações da Associação S. Pedro de Miragaia, uma colectividade que já existe há mais de 89 anos. Estavam sediados no sopé do Passeio das Virtudes, num edifício actualmente devoluto, e que deveria ter sido requalificado no âmbito de um acordo com a Fundação para o Desenvolvimento do Centro Histórico e com a junta de freguesia e que obteve até fundos comunitários”, acrescentou.

Pedro Carvalho lamentou que este caso se arraste desde 1998, considerando que “se a situação é para se tornar definitiva”, então, a Câmara deve disponibilizar “os prédios que estão à volta da sede provisória para permitir que a associação possa retomar a sua actividade e acondicionar em melhores condições o seu espólio”.

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