CDU defende os direitos dos comerciantes do Mercado do Bom Sucesso

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A CDU realizou, no passado Sábado, dia 4 de Fevereiro, uma visita ao Mercado do Bom Sucesso para contactar com os comerciantes deste mercado e informá-los dos projectos previstos para este edifício.

O vereador da CDU na Câmara do Porto Rui Sá, que foi acompanhado neste acção por outros eleitos da Assembleia Municipal e da Assembleia de Freguesia de Massarelos, manifestou-se hoje “preocupado” que não sejam oferecidas aos comerciantes do Mercado do Bom Sucesso “condições dignas” no âmbito do processo de requalificação da estrutura. “A minha grande preocupação é que sejam oferecidas condições dignas aos comerciantes – quer aos que vão embora e preferem uma indemnização, quer aos que preferem aqui ficar – porque eles têm muito pouco poder negocial”, disse Rui Sá. Segundo salientou, a taxa paga pelos comerciantes à autarquia “é renovada anualmente”, num “contrato muito precário”, pelo que “não têm o poder negocial de não aceitar determinadas propostas porque correm o risco de, no final do ano, não lhes renovarem o contrato e terem de ir embora com uma mão atrás e outra à frente”. Neste sentido, Rui Sá diz temer que “mesmo no caso dos comerciantes que estejam interessados [em manter-se no Bom Sucesso], as condições proporcionadas quer em termos de rendas, quer de horários e de produtos, os impeçam de continuar”.

Em causa está o futuro dos mais de 100 comerciantes do Mercado do Bom Sucesso, cujo contrato de concessão e requalificação foi assinado a 25 de janeiro com a Mercado Urbano (subsidiária da bracarense Eusébios & Filhos, SA), prevendo-se que a obra fique pronta no último trimestre de 2013. O projeto prevê a construção no interior do mercado de um hotel com 83 quartos, de uma área de comércio e serviços com 16 lojas exteriores e 23 interiores e de um “mercado tradicional modernizado e de altíssima qualidade” com 44 bancas.

Para o vereador da CDU, “neste momento os comerciantes estão numa situação muito difícil, porque é sabido que, no futuro, não vão ficar todos, mas apenas 44”. Por outro lado, disse, o caderno de encargos prevê que “os produtos que aqui poderão ser vendidos serão do tipo ‘gourmet’, logo “não muito compagináveis com os frescos atualmente vendidos” no mercado. Adicionalmente, Rui Sá alerta para o facto de “os horários de funcionamento da galeria comercial não terem nada a ver com os horários de funcionamento do mercado de frescos, que normalmente começa muito cedo de manhã e fecha logo a seguir ao almoço”. Finalmente, aponta ainda “o problema da renda” a cobrar aos comerciantes, que se prevê que, num modelo de galeria comercial, seja “bastante mais elevada” do que a atual taxa de ocupação.

Este projecto pretende criar uma nova galeria comercial naquela que já é “a maior zona de concentração de galerias comerciais do Porto, o que demonstra falta de visão” por parte da Câmara. “Em todas as cidades europeias os mercados de frescos são elementos distintivos e, não fazendo esta aposta, [a cidade] está a perder um elemento distintivo que prejudica não só os comerciantes que vão embora, como um conjunto de pequenos agricultores que funcionam na região e cujo escoamento de produtos é feito através destes mercados”.

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