Razões que levaram a CDU a votar contra a aquisição das instalações do Clube Fluvial Portuense

O Clube Fluvial Portuense atravessa, neste momento, uma difícil situação financeira, fruto de má gestão das suas direcções e, eventualmente, de opções estratégicas erradas.

Não sendo da responsabilidade da Câmara Municipal do Porto a situação em que se encontra o Fluvial, esperava-se, do Município, uma política que contribuísse para a ultrapassagem dos problemas, até porque, é reconhecido, o Clube tem, actualmente, uma Comissão Administrativa que é alheia às decisões que o levaram ao estado em que se encontra e que tem vindo a desenvolver um esforço enorme com vista à respectiva ultrapassagem.

No entanto, a proposta agora apresentada pela coligação PSD/CDS, longe de procurar ajudar a resolver os problemas da mais antiga colectividade do Porto, visa dar-lhe a estocada final, apropriando-se do seu património a preço muito inferior àquele que este realmente vale.

Por outro lado, a reboque desta decisão, a maioria PSD/CDS aproveita para encerrar um equipamento desportivo na zona oriental da Cidade (Campanhã), privando a zona menos desenvolvida da cidade de uma infra-estrutura desportiva municipal que tem, aliás, sido palco de inúmeros eventos de carácter internacional (pelo facto de ser a única que possui dimensões olímpicas) e que apresenta taxas de utilização extremamente elevadas. Refira-se, a propósito, que de acordo com o Relatório de Actividades da Porto Lazer em 2010, a piscina de Campanhã teve a maior taxa de crescimento em “número de banhos”, passando de 57.244 para 67.067, o que representa 27% do total de banhos nas piscinas municipais, apenas suplantada pela piscina da Constituição, e que seja a piscina com maior taxa de utilização por parte de instituições, que representam 72% da sua ocupação).

A CDU – Coligação Democrática Unitária manifesta a sua total oposição a este negócio, na medida em que considera que o mesmo, em termos práticos, se traduz na extinção da mais antiga colectividade da cidade, na diminuição do número de equipamentos desportivos da mesma e na sua concentração na zona ocidental (dado o assumido encerramento da piscina de Campanhã), na assunção, por parte do Município, da gestão de contratos que, nitidamente, não se enquadram no âmbito da sua actividade (casos de cabeleireiros e bombas de gasolina, já bastando, para o efeito, o edifício transparente) e no desemprego de mais um conjunto de trabalhadores.

Por outro lado, a proposta agora apresentada é pouco clara no que diz respeito ao futuro dos funcionários que actualmente exercem funções o complexo do Fluvial e muito pouco transparente no que diz respeito aos terrenos da Piscina de Campanhã, que se prevêem alienar, fazendo tábua rasa do que está previsto no PDM, em que os respectivos terrenos estão classificados como equipamento existente.

Deste modo, a CDU defende um modelo diferente, que passa pela aquisição do complexo do Fluvial e pelo seu arrendamento ao Clube, que pagaria essas instalações com base num sistema de renda resolúvel indexado a uma percentagem, elevada, das receitas arrecadadas no âmbito da sua actividade.

Ao não aceitar esta proposta, a coligação PSD/CDS contribui decisivamente para a extinção da mais antiga colectividade da Cidade do Porto.

Daí a razão de o Vereador da CDU – Coligação Democrática Unitária ter votado contra a proposta apresentada pela coligação PSD/CDS.

Porto, 7 de Junho de 2011

O Vereador da CDU – Coligação Democrática Unitária

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