Mais apoio ao movimento associativo do Porto

 

A CDU quer que a Câmara do Porto aposte numa política consistente de apoio ao movimento associativo e deverá apresentar, na reunião do executivo de amanhã, um conjunto de sugestões sobre a forma como esse apoio deverá ser prestado. Ontem, no final de um fim-de-semana de visitas a colectividades e associações, o vereador da CDU, Rui Sá, traçou um quadro negro da vida associativa na cidade.

A Câmara do Porto “não tem uma política de apoio” às associações da cidade “nem tem uma noção da importância destas entidades”, defendeu Rui Sá, em conferência de imprensa, na zona de Miragaia. Para o comunista, os apoios camarários “são poucos e muito esporádicos”, dificultando a vida a muitas instituições. “Não há uma política da câmara. Alguns apoios vêm da Porto Lazer, outros do projecto Porto a Bairro, outros da Fundação Porto Social. A confusão é muito grande e os apoios muito pequenos”, sintetizou.

Em alternativa, a CDU defende o estabelecimento de contratos-programa entre o município e as colectividades e associações do Porto. “Falamos de 400 colectividades, o que significa cerca de seis mil pessoas, só nos órgãos sociais. Para ter cá corredores de carros antigos, num fim-de-semana apenas, a câmara paga quatro mil euros, mas para ajudar estas colectividades, de grande importância para a coesão social, não há apoio ou há muito pouco”, acusou Sá.

Além dos contratos-programa, a CDU defende ainda que a autarquia deveria ter um pelouro que se responsabilizasse pelo movimento associativo. “Uma porta aonde as pessoas se pudessem dirigir, em vez de andar à procura aqui e ali”, disse Rui Sá. O vereador da CDU lembrou que a Câmara do Porto deixou de disponibilizar gratuitamente as camionetas da autarquia para a deslocação das colectividades e que a Casa das Associações, cuja criação chegou a estar prevista, ainda no tempo da presidência do socialista Fernando Gomes, para o edifício da antiga Casa de Reclusão de S. Brás, nunca se concretizou. “A câmara tem as chaves, mas não se regularizou a passagem do edifício para o município. O espaço tem telhados a cair, causa problemas na vizinhança… É uma vergonha termos aquilo, no centro do Porto, naquele estado”, disse Sá.

Na reunião de amanhã, Rui Sá promete ainda questionar a aclaração pedida pela câmara ao Tribunal Central Administrativo do Porto, sobre um prédio que está a ser construído pela J. Camilo na zona da Foz, contestado por um grupo de moradores. “Parece-me que há uma cumplicidade com o empreiteiro e uma tentativa de protelar o processo”, afirmou.

 Notícia do jornal Público

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